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O desastrado, louco e fantasioso
mundo da Tamara
bem vindo(a)!

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Tamara Lopes
Fantasia, sonhos, magia, sorrisos, união, felicidade, conquistas, amor, abraços, carinho, família, beijos, diversão, olhares, justiça, amizade, compaixão, música, vida, brincadeiras, suspiros, arte, imaginação, palavras et cetera.

       





“Todas as crianças crescem, menos...”
domingo, 28 de outubro de 2012 // 00:00

Tamara. Esse é o meu nome. Não é Tâmara nem Tanmara, embora muitas pessoas insistam em pronunciar assim...

No começo (início da minha pirralhice e da minha pequena compreensão das coisas – não necessariamente das certas e erradas), eu detestava meu nome. Aliás, quando eu já me entendia por gente, eu pensava que detestava quase tudo (e todos, talvez).

Minha infância foi marcada por vários acontecimentos. Muitos deles não tão felizes para uma criança... Traumas. Dores. Perdas. Sentimentos que são de mais até para um adulto.

Bom... Já ouviu falar em “penseira”?! A penseira é um objeto mágico (que, mais precisamente falando, existe no universo bruxo criado por J. K. Rowlling) e tem a forma de uma bacia de pedra, ela serve para revermos nossas lembranças, quaisquer que sejam elas. Basta apenas mergulharmos o rosto dentro e... voilà! Somos teletransportados para dentro de momentos em que já vivemos como espectadores da nossa própria história. A verdade é que eu não disponho de uma penseira, nem de qualquer outro objeto mágico... Mas ainda assim, quando penso na minha vida, quando retrocedo ao passado, eu me vejo como espectadora. E nada mais. Já tentei assumir o papel principal, afinal, pela lógica, seria eu tomando o meu próprio lugar. Mas é como se a Tamara do passado fosse diferente da de hoje; e é nesse momento em que eu me vejo impossibilitada de alterar qualquer coisa que seja... por isso, só assisto.

Embora a maior parte da minha história seja entediante e previsível, há coisas que jamais vou saber explicar, que simplesmente aconteceram... Instigando e catalisando transformações na minha existência.  Portanto, voltando à minha pirralhice, convido você para me fazer companhia dessa vez. A próxima sessão vai ser às... Agora?! ...

Vassouras – RJ. Três anos de idade. Eu olhava através do vidro da janela do carro. A paisagem não mudava: árvores, árvores, árvores, poste, árvores, poste, poste, árvores, árvores, árvores... Meu pai dirigia uma Parati ano/modelo 1994. Minha mãe estava bem ao seu lado, no banco do passageiro. Enquanto eu observava a paisagem ociosa, eu pensava na minha mãe e em sua barriga, estranhamente avantajada (me contaram que aquele volume todo era porque dentro havia um bebê, que logo menos nasceria e seria meu irmão...).  Eu não sabia nada sobre bebês, tampouco sobre a produção deles. Mas o que minha mãe me contava eu tinha como verdade absoluta... e a história que eu ouvi foi a da tal cegonha. Por isso eu estava ainda mais confusa. Como uma cegonha podia ter feito a criança ir parar na barriga da minha mãe?!

E me deixei divagar em pensamentos...

Já não via mais árvores – nem postes –, agora eu observava um caminhão, bem próximo do vidro. Era o caminhão que estava à nossa frente pouco tempo atrás. Ele estava quase que na mesma velocidade do meu pai; me perguntei se era um tipo de brincadeira... uma aposta de corrida, talvez?! Olhei para frente e avistei um segundo caminhão. Mas este não estava do lado do carro, ele vinha de frente, na direção da Parati. Meu pai acelerou. E num movimento rápido para a direita, que me fez bater com força no vidro, ele desviou (por pouco, pouquíssimo) do caminhão da outra pista. Mas ainda assim, o primeiro caminhão acabou batendo na traseira do carro, empurrando o veículo para fora da estrada. E tudo aconteceu muito rápido...

Uma. Duas. Três capotadas.

Todos estavam com cintos de segurança. Todos, menos...

Meu pai só teve alguns arranhões; minha mãe cortou o braço no vidro da janela, mas ela e o bebê que esperava ficaram em segurança. E eu... eu não usava o cinto, porque me apertava e machucava no pescoço, e eu não entendia que aquela faixa podia ter outra função senão incomodar. Não entendia até aquele momento... eu só me lembro de depois estar no hospital, olhando para um médico que sorria amigavelmente, enquanto enfaixava meu pé direito. Ele disse que tudo estava bem, “graças a Deus”.

E foi nesse dia que eu, efetivamente, conheci... Deus. Minha mãe me contou o que houve no acidente: enquanto o carro virava desconcertadamente, ao invés de eu ser arremessada vidro afora, a tampa do porta-malas se abriu, e eu fui parar lá atrás, junto com as malas que ajudaram a amortecer qualquer impacto que eu sofresse. As palavras exatas da minha mãe foram essas: “Deus deu um tapinha no seu bumbum e você foi parar lá atrás. Ele te protegeu”. E como tudo o que minha mãe dizia era verdade absoluta, eu não tive dúvidas de que foi isso mesmo. E, na verdade, não tenho até hoje...

E, de repente, nós somos puxados de volta à realidade. A penseira é assim... Mostra a sua lembrança e você a assiste, sem poder mudá-la. Essa eu não mudaria nada, até porque no final ficou tudo bem. Mas eu tenho certeza que se meu pai assistisse, ele iria desejar nunca ter tentado aquela ultrapassagem...

A vida é assim. Sem voltas...

E acho que é justamente por isso, por não termos a capacidade de voltar atrás e mudar algo, que eu sou como e quem eu sou hoje. A minha infância (toda) foi o momento da minha vida que eu mais desejei e desejo consertar... Tanta coisa ficou inacabada. Eu queria poder voltar para ser mais criança, para ter aprontado mais, para não ter ligado e nem amadurecido tão precocemente por causa da separação dos meus pais, para não ter sofrido com o falecimento do meu avô, para não ter assistido às brigas de família, para não ter presenciado dificuldades ao pagar (ou, como era mais comum, ficar devendo) uma dívida... Só queria ter vivido somente a minha época.

E por isso hoje – talvez você já tenha notado – eu sou assim. “Uma criança-mulher ou uma mulher-criança”, como uma amiga costuma me dizer... e ela não está mentindo.

Por eu não ter vivido intensamente a minha infância, a criança ainda está aqui. E eu sei que ela sempre vai permanecer. Se eu não posso mudar o meu passado, ao menos eu o mantenho vivo em mim.

E essa sou eu. Uma mistura de Tamaras, uma fusão de todas as minhas próprias fases e complexidades. Uma bagunça. Uma loucura. Passado, presente... e por que não futuro?

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