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O desastrado, louco e fantasioso
mundo da Tamara
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Tamara Lopes
Fantasia, sonhos, magia, sorrisos, união, felicidade, conquistas, amor, abraços, carinho, família, beijos, diversão, olhares, justiça, amizade, compaixão, música, vida, brincadeiras, suspiros, arte, imaginação, palavras et cetera.

       





Malas prontas
quarta-feira, 21 de agosto de 2013 // 18:20


A campainha tocou. Era você. Quem diria, vai ser difícil me acostumar... 

Ontem mesmo você chegou sem precisar se anunciar antes, abriu a porta com sua chave, colocou suas pastas em cima da mesa, afrouxou a gravata e sorriu pra mim. Você caminhou até a cozinha, abriu a geladeira e ficou observando tudo por um tempo, e eu, quietinha, prestando atenção, achando graça naquilo... até porque eu sei que quando você faz isso é porque está pensando em alguma coisa. E admito que por muitas vezes eu quis saber, mais que qualquer outra coisa, o que se passava por sua cabeça nessas horas... Mas isso era como tentar decifrar um mapa ilegível, então eu preferia só assistir enquanto você refletia sobre tudo - e talvez numa dessas vezes, inclusive ontem mesmo, você tenha tomado a decisão que tomou.
 
Você apertou minha mão pra me cumprimentar e forçou um sorriso. Eu não me lembro de ter apertado sua mão antes, mesmo quando nos conhecemos... E ali estávamos nós, agindo como se fôssemos dois desconhecidos, forçados a manter o bom senso, totalmente constrangidos. Se eu mesma estivesse assistindo a uma cena parecida como essa, não diria nunca que tenha existido alguma coisa entre o casal. Porque essa é a verdade, nós parecíamos dois estranhos. E eu percebi que nada seria como antes quando você me pediu licença para entrar... De início eu sorri como se estivesse ouvindo alguma daquelas suas brincadeiras sem sentido, mas me obriguei a parar na mesma hora que vi sua expressão sisuda.

Você entrou, não ficou a vontade como costumava ficar. Parecia que tomava um cuidado exagerado pra não encostar em nada ou até mesmo pra não pisar muito forte. Foi estranho ter que guiá-lo até o quarto, sendo que você sabia perfeitamente o caminho, até mesmo quando estava de olhos vendados... Mas é claro que você não deve ter pensado nisso, afinal, por que lembranças das nossas brincadeiras fariam alguma diferença, ali, naquele momento?

Você pegou duas malas e colocou sobre a cama, depois começou a depositar suas camisas, calças, meias... Fiquei assistindo a tudo sem oferecer ajuda e me perguntei se você estava irritado por isso. Não era má vontade, eu só não quis fazer parte de algo que eu nunca pensei que um dia fosse acontecer, de algo que, na verdade, eu sempre lutei pra não acontecer. E, por mais bizarro que possa parecer, enquanto você ajeitava tudo pra partir e me deixar, eu ainda conseguia achar cada gesto seu, cada movimento e expressão a coisa mais hipnótica e extasiante do mundo. Ali, naquele instante, eu soube que nunca cansaria de observar você se pudesse. Nunca mesmo.

E tudo estava pronto... ou mais ou menos pronto. Você guardou todas as coisas que considerou importante, e é claro que isso não incluía os porta-retratos com as fotos de diversos momentos felizes que vivemos nem mesmo as lembrancinhas de viagens marcantes que fizemos. Você deixava pra trás vestígios de uma vida da qual eu sempre imaginei ao seu lado e, sem nem mesmo saber, tornava tudo mais difícil e torturante pra mim. Conviver com seus fantasmas não seria fácil, e eu não queria me permitir pensar nisso... não por enquanto.

Você arrastou as malas pela casa, seguindo a direção da porta. Mas, antes de qualquer outra coisa, parou em frente à cozinha e perguntou se podia beber água, eu fiz que sim com a cabeça... Você abriu a geladeira e hesitou antes de pegar a garrafa. Eu sabia que você estava mais uma vez pensando, perdido nos seus devaneios constantes... Eu continuei sem saber o que se passava por sua sua cabeça, mas ali, pela primeira vez na vida, eu tive a certeza de que podia ser tudo, menos eu. Eu já não fazia mais parte dos seus pensamentos... Então você pegou suas malas e partiu.

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